quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

BIOLÓGICAS, EXATAS E DESUMANAS por Rosana Hermann

Não terei tempo de procurar na rede o nome do culpado pela divisão das disciplinas de educação em três vertentes, mas de alguma forma o conhecimento formal ficou dividido em ciências biológicas, ciências exatas e ciências humanas. Acho lindo que tudo seja tratado de forma cientifica e organizada mas temo que esta tripartição não tenha sido um bom negócio, especialmente hoje, vendo que duas pernas se desenvolveram e uma ficou atrofiada. O homem passeia em Marte com seu robô e envia imagens ao vivo, com exatidão tecnológica surpreendente. Aqui na Terra, clona-se seres vivos e as esperanças de cura se renovam com o desenvolvimento de pesquisas com células-tronco. O tripé do conhecimento desenvolveu pernas longas e bem torneadas para as exatas e biológicas. Infelizmente, com o crescimento das outras duas, a terceira perninha, as ciências humanas, que incluem coisas como a filosofia e a ética, ficou ali, atrofiada e penduradinha como um bilauzinho no inverno polar. E isso, tem tudo a ver com a crise humana do mundo atual.
Estamos todos mais grotestos, mais rudes, mais estúpidos. Somos bem informados mas nos tornamos ignorantes. Temos automóveis com GPS mas dirigimos como trogloditas neuróticos. Viajamos pelo mundo inteiro mas temos preguiça de procurar o baldinho de lixo para jogar o papelzinho da bala. A falta de finesse é geral. Isso tudo, se não for coisa do demo, se não for a prova definitiva de que o projeto ‘ser humano’ não deu certo, só pode ser atribuído à falta de atenção que demos às ciências humanas, justamente aquelas mais sutis, que não dependem de equações, que não se baseiam nas medições matemáticas e não podem ser testadas em laboratório.
O vórtice vicioso que nos suga ralo abaixo passa por todas as estatísticas de descaso com as disciplinas que podem desenvolver o refinamento das pessoas. Não existem empregos para filósofos, sociólogos, pedagogos, historiadores, cientistas sociais. E, por não ter mercado, os estudantes não optam por estas matérias na hora de fazer o vestibular. Como a procura é pouca, há poucos cursos e etc. e tal.
O que fazer? Bem, esta é uma resposta para as ciências humanas também. Quem tiver sobrevivido na área terá que formular as soluções para esta crise de humanidade que vivemos hoje. Não sei onde o flower power murchou, onde o amor livre foi preso ou como a vida em fazendas cooperativas se transformou nesse mar de prédios de escritórios neuróticos baseados na competição. Só sei que temos que voltar até a bifurcação onde tomamos a trilha errada. Nesta trilha, ansiedade e depressão nos matam, o estresse e a má alimentação engordam, a ira destrói toda nossa capacidade de sentir e amar.
Eu, lentamente, comecei a voltar. E adoraria contar com todas as pessoas de bem, os irmãos de fé, os companheiros de jornada, os camaradas de ideologia, os humanos de coração, para um grande encontro de volta naquele velho ponto da bifurcação. Onde um dia, alguém colocou uma flor no cano de uma carabina.
Humanos, uni-vos.
Esse texto me faz lembrar quando eu ainda freqüentava o Ensino Médio (no meu tempo ainda era 2º grau!), que eu me perguntava porque não se estudava psicologia na escola? Tinha uma professora que sempre nos alertava que o mais importante "lá fora - na vida adulta" era muito importante a tal inteligência emocional. Mas o que é isso? "Existe mais de um tipo de inteligência? Como assim?". Lembro ainda que, no 1º ano do segundo grau, em outra cidade e escola, outra professora fizera uma atividade na minha turma que me lembro apenas dessa questão porque realmente me marcou: A Escola prepara para a vida? Eu respondi que sim, pois se eu quisesse entrar na Universidade eu teria que ir bem nos estudos desde já. Quando a professora argumentou que a Escola não dava orientação de como lidar com problemas e dilemas que viveríamos no futuro, em nossa vida adulta, a escola não preparava ninguém pra vida (falando de uma forma simplista, é claro, a questão deve ser observada de diferentes pontos de vista). A crise da Educação não é exclusiva no Brasil, mas eu sonho com o dia que poderemos incluir em nossos currículos disciplinas da grande área Humanidades.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Ética é também amor

Li na revista Vida Simples de Dezembro de 2006, uma matéria especial de Natal sobre os ensinamentos de Jesus. Há um que não me esqueço jamais: "A ética é uma só: os fins não justificam o meio". Pra mim, a ética está tão ligada a outras demonstrações de amor ao próximo quanto a generosidade, a compaixão e a não-violência também estão. Ser ético, às vezes, é "simplesmente" se colocar no lugar do outro.

Por que é tão difícil ser sempre correto e agir direito? Por que tantos enganam e usurpam? Por que tanta discórdia, tanta injustiça?

Simplesmente tem dias que eu não entendo, que eu não consigo aceitar. Não importa o que diz a História. Tenho esses dias de profunda tristeza por saber das maldades e atrocidades que são cometidos contra a humanidade pelos próprios homens! Mais do que tristeza o que eu sinto é frustração, por me sentir tão incapaz de fazer alguma coisa.

Mas eu tenho fé de que o Pai não vai "sair perdendo". Jesus não foi sacrificado - pelos homens - à toa! Falta Deus no coração dessa gente, mas isso um dia vai mudar.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Tédio

O tédio é um sentimento humano, um estado de falta de estímulo, ou do presenciamento de uma ação ou estado repetitivo - por exemplo, falta de coisas interessantes para fazer, ouvir, sentir etc. As pessoas afetadas por tédio em caráter temporário consideram este estado muitas vezes como perdido, perda de tempo, mas geralmente, não mais do que isto. Alternativamente, alguns acham que ter tempo de sobra também causa tédio. Para as pessoas entediadas, o tempo parece passar mais lentamente do que quando elas estão entretidas. Tédio também pode ser um sintoma de depressão.
O tédio pode levar a atitudes impulsivas e às vezes mesmo excessivas, que não servem para nada e podem causar danos. [...]
Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A Primavera de Cecília




Primavera



Cecília Meireles



A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.


Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.


Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.


Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.


Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.


Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.


Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.


Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.


Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.




Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Tristeza não interessa!

Minhas férias foram ótimas, melhores do que imaginei!
Passei dias agradáveis em casa com a família, com meus amigos.

Começo o ano com novas resoluções e mais decidida, de tanto eu correr atrás cheguei a conclusão do que eu quero. Tá na hora de plantar pra depois colher...





Por isso, "jogo as mãos pra cima, tristeza não interessa, vamos fazer festa VAMOS FAZER FESTA!!!