quarta-feira, 13 de junho de 2007

Perdas e Ganhos... essa leitura me ajudou a refletir

Eu acredito que nem tudo é por acaso, esse livro da Lya Luft caiu no meu colo num momento ideal. Constatei muito de mim nas palavras dessa autora e apaziguei meus sentimentos dentro de mim. Essa reflexao me mostrou algumas coisas importantes como saber que, permanecemos, em alguns aspectos, crianças - saboreando os privilégios e sofrendo os limites dessa condiçao.
Atrás de nós, o terror do tempo que passa devorando uma existência que nunca aprendemos administrar - pois jamais nos pertenceu.
Quantas vezes tomamos - ou nao tomamos - decisoes por medo? Medo da solidao, de sermos incapazes de decidir sozinhas, medo da opiniao dos outros.
Quem se subestima precisa de alguém ao lado para confirmar sua validade como pessoa [...] Tem medo de ficar sozinha e acredita que viceja melhor à sombra do outro. Infelizmente eu já vivi isso... mas aprendi que essa condiçao pode complicar muito a vida afetiva. se o outro servir de cabide para nossos sonhos de perfeiçao, a primeira ventania derruba o pobre ídolo que nao tem culpa de nada. Nao devemos correr para os braços do outro fugindo da chatice da família, da mesmice da solidao, do tédio. É essencial nao se lançar no pescoço do outro caindo na armadilha do "enfim nunca mais só".
E quando uma relaçao chega ao fim, é besteira dizer "nao sofra, nao chore". A dor é importante, desde que issp nao nos paralise demais e por tanto tempo que esqueçamos o que ainda existe em torno de nós. Uma grande dor faz subir à tona uma força insuspeitada em alguns. Por mais devoradora que seja, o mesmo sofrimento que derruba faz voltar a cresccer. Mas se vivermos superficialmente, na hora de meter as maos em nosso interior encontramos desolaçao.
Quando eu era criança, e até mesmo depois de um pouco mais crescida, gostava de ficar sozinha, quieta e totalmente feliz lendo e olhando as figuras de um livro, escutando o vento ou vendo a água da chuva escorrer pelos vidros da janela. Por que passamos a temer a solidao quando nos tornamos adultos? Nao queria perder a capacidade de ser integrada com a natureza, com o universo, mesmo o minúsculo universo de um jardim ou quarto de criança (que na imaginaçao torna-se infinito). Se permitimos esse medo perderemos o momento insubistituível do recolhimento necessário que quase sempre nos reabasteceria com o combustível da reflexao, do silêncio e do sentimento natural das coisas.
Por que o essencial tem que acontecer dentro da gente primeiro.